
Todos aqueles que vivem a repetir tais teses de jogar a culpa nos outros apenas e tão somente assinam seus atestados de impotência, de falta de coragem para assumir os rumos de seu próprio destino. Com a tecnologia democratizando “acintosamente” as informações, todos ficam sabendo instantaneamente o que se passa na política e na economia local, regional e nacional brasileira.
Fomos nós que elegemos aqueles deputados que fizeram uso da palavra, no domingo retrasado, votando sobre o impeachment da Dilma. A maioria deles demonstrou que mal conseguem organizar uma frase ou pensamento coeso, inteligível e coerente. Portanto, a escolha deles não coube aos colonizadores portugueses nem os imperialistas americanos. Precisamos retomar nosso destino brasileiro em nossas próprias mãos, sem atribuir culpa a quem não cabe. A responsabilidade é nossa.
Vamos deixar um vice-presidente assumir o cargo mais importante do poder executivo brasileiro sem que ele se manifeste formal e expressamente sobre nenhum tema relevante?
Podemos ter um governo muito pior do que o atual: mais fisiológico, mais corrupto, mais perdulário e mais demagógico. Afinal ele terá que pagar a fatura aos ilustríssimos políticos que colocaram a Presidência do Brasil no colo dele. O PMDB não mudou. Continua o mesmo. Apenas rompeu a aliança de 13 anos com a Petelândia.
As dúvidas persistem. O que fará Temer sobre os seguintes fatos:
1. O poder público no Brasil gasta desenfreadamente:
1.1. De forma corrupta;
1.2. Perdulária, mantendo mordomias indecentes e inescrupulosas de setores do poder público;
1.3. Sem qualidade nenhuma, pois o objetivo não é atender à população, mas celebrar contratos que possam gerar desvios e mais corrupção,
2. Os órgãos de controle e fiscalização “falharam” totalmente, por omissão ou conveniência:
2.1. Nenhum Tribunal de Contas (União e Estados) pegou pesado com essa roubalheira generalizada.
2.2. Ao contrário, noticia-se que os Conselheiros dos Tribunais de Contas são milionários e com contas no exterior,
2.3. Isto sem falar naqueles que colocam os filhos e familiares para advogar e cuidar dos interesses daqueles que estão sendo fiscalizados pelo TCU.
3. Temer apoiará ou não a Lava-Jato?
3.1. Bem ou mal não houve ingerência explícita do Planalto para perseguir o Juiz Moro e a força tarefa do MPF. O nome de Temer já apareceu quatro vezes nas investigações da Lava Jato.
3.2. Será que justamente esse silêncio do Michel Temer sobre a Lava Jato não é claramente demonstração de um acordo com os mais de 200 deputados investigados pelo MPF e que agora tem o aval do STF para aprofundar as investigações?
O momento é agora, de cobrarmos publicamente, de forma clara, contundente e explícita o que faria o Michel Temer se fosse Presidente da República do Brasil.
Até agora, Temer se reuniu com empresários e banqueiros, com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga; o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto; o ex-ministro do Planejamento José Serra; e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Acontece que não são os Ministros que definem o que é o interesse nacional. Mas sim a Presidência da República.
Enquanto o Michel Temer ficar se reunindo a portas fechadas com este ou aquele ministeriável, ele só está ganhando tempo para não ter que declarar publicamente o que pensa sobre os principais temas nacionais.
No domingo, Temer passou seis horas com o presidente da FIESP, Paulo Skaf, pregador da redução de impostos. Da mesma forma como trata a Lava Jato, Temer não emitiu um comunicado oficial para se comprometer com a diminuição da impostura e do tamanho da parte perdulária e corrupta da máquina pública.
Ninguém aguenta tantos impostos no Brasil. É 93 impostos, taxas e contribuições que só alimentam a corrupção e a bandidagem instalada em todos os níveis do poder púbico no Brasil, governo federal, estaduais e municipais. Assim duas perguntas inevitáveis ficam no ar:
Como Michel Temer vai combater essa corrupção generalizada?
Como Michel Temer vai diminuir o tamanho deste poder público que é a raiz verdadeira de QUASE TODOS OS MALES que nos afligem?
Se ele não expuser agora, com clareza, o que pensa sobre estes temas, depois que virar Presidente da República, só o verei continuar com tudo aquilo que está acabando com a nação brasileira.
Ou seja, com pequenas diferenças retóricas e de estilo no relacionamento com a politicagem, Temer tem tudo para ser uma Dilma melhorada - o que não é suficiente para o Brasil como Nação. Ele e seu PMDB continuarão no poder, como fazem há 31 anos, desde 1985.
Por: Roberto Tomé