O garoto desapareceu no dia 11 de outubro do ano passado e teve o corpo encontrado na manhã do dia 13 do mesmo mês, em um matagal próximo à cidade de Sumé.
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| Créditos: Reprodução WhatSapp |
Aconteceu nesta quarta-feira (18) a primeira audiência de instrução dos
quatro acusados de participação do assassinado do menino Éverton
Siqueira, de 5 anos, encontrado morto em outubro de 2015, na cidade de
Sumé, no Cariri paraibano. A juíza Michelini Jatobá ouviu cerca de 10
pessoas, entre declarantes e tesmunhas, além dos quatro acusados. Os
réus vão a júri popular, mas a data do julgamento ainda não foi
definida. Antes disso, a juíza vai fazer novas diligências para
averiguar algumas contradições dos depoimentos dos acusados e vai
receber as alegações finais da defesa e da promotoria.
Everton foi achado morto em um matagal no dia 13 de outubro 2015 com
incisões e partes do corpo mutiladas. Segundo o inquérito da Polícia
Civil, ele foi assassinado durante um ritual na madrugada do dia 11 de
outubro próximo a um boqueirão na zona rural.
Neste processo, também está incluído o homicídio do deficiente físico
João Batista, que foi preso e morto na cela do presídio PB-1, em João
Pessoa. A audiência começou por volta das 9h, no Fórum Desembargador
Arquimedes Souto Maior Filho, na cidade onde o crime aconteceu, e durou
cerca de 10 horas.
Devido à repercussão gerada pelo crime, a justiça determinou a
interdição do quarteirão do fórum da cidade de Sumé, durante a
audiência. “Sabemos que foi um caso que gerou grande repercussão na
cidade e também no Estado, mas a situação está sob controle. Por
prevenção, o quarteirão do fórum foi interditado, com objetivo de
garantir a integridade do judiciário, testemunhas e os próprios
acusados”, disse a juíza.
A acusação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) está sendo feita pelo
promotor de justiça Pedro Alves da Nóbrega. Ele destacou "a forma cruel
como à criança foi assassinada e a intenção maldosa dos acusados em
envolver o deficiente físico no crime e sua morte".
“Foi um crime horroroso, onde a criança foi assassinada com essa
suspeita de que seria um ritual de magia negra. Depois disso foram
presas algumas pessoas e entre elas estava um deficiente físico que era
inocente e foi assassinado na cadeia, como queima de arquivo”, disse o
promotor. A defesa dos quatro réus está sendo feito por defensores
públicos.
O Ministério Público denunciou a mãe da vítima, o padrasto, um amigo da
família e o outro homem que teria se apresentado como pai de santo. Eles
respondem o processo de homicídio por motivo torpe, crime cruel
praticado mediante tortura, impossibilidade de defesa da vítima,
ocultação e destruição de cadáver, humilhação a cadáver e associação
criminosa.
Após serem presos pela Polícia Civil, a mãe, padrasto e o amigo da
família do menino foram transferidos para presídios da capital João
Pessoa. Já o suposto pai de santo está em um presídio de Catolé do
Rocha, no Sertão paraibano. Ele também estava em João Pessoa, mas foi
transferido.
O padrasto da criança que está preso é suspeito de outros crimes,
segundo a polícia. Ele teria cometido um latrocínio no ano de 2007 na
cidade de Rio Tinto e depois fugiu da cadeia pública do município. Anos
depois morou em Areia, no Brejo paraibano, e também é suspeito de
agredir uma ex-companheira.
A mãe da criança prestou depoimento à polícia no dia 16 de outubro e
teria assumido que presenciou a morte do menino. Segundo a polícia, a
mãe teria confessado a participação no assassinato durante depoimento
dado depois que soube da confissão de outro suspeito do crime. Ela ainda
teria admitido que a irmã da criança, que tem sete anos de idade,
também seria morta.
Ainda segundo a polícia, a mãe contou que os suspeitos riram durante a
ação. Ela teria falado também que o menino 'ciscava' enquanto era
esfaqueado. “Um homem o agarrou pelas costas e o padrasto o golpeou de
faca", disse em depoimento.
Segundo o delegado Paulo Ênio, “durante o depoimento, a mãe afirmou que
suspeitava que o sangue do menino fosse ser oferecido e não bebido".
"Este homem que confessou tudo, o padrasto, a mãe e o vizinho que está
preso pegaram a criança e levaram ela até um riacho, onde fizeram todo o
ritual de sacrifício. O menino foi banhado e, usando uma faca de seis
polegadas, o padrasto abriu o tórax da criança. O que leva a crer que
foi um ritual de magia negra é que o pênis da vítima foi decepado",
explicou o delegado Paulo Ênio.
O delegado ainda esclareceu que um homem com problemas mentais, que era
apontado como um dos suspeitos, não tinha envolvimento com o caso e era
inocente. Ele foi preso e morto dentro do presídio pelo padrasto do
menino.
"O padrasto mentiu em seu depoimento quando disse que viu o deficiente
mental próximo ao corpo da criança no matagal. O padrasto queria colocar
a culpa neste homem, mas quando viu que a versão deles estava caindo
por terra, resolveu estrangular ele dentro da cela", contou.Via: Formativo em Foco.
