O noticiário econômico se concentra no rombo orçamentário recorde de R$ 170,5 bilhões anunciados ontem pelo ministro Henrique Meirelles - um dos homens públicos mais admirados por Luiz Inácio Lula da Silva. O noticiário político traz um consolo ao cidadão-eleitor-contribuinte que fica PT da vida por sempre pagar o pato: a cada nova decisão judicial aumenta a impagável dívida político-jurídica-moral de Lula. A tese de que o chefão $talinácio mantinha relação estreita com o banqueiro André Esteves é a nova linha de investigação da Lava Jato que mais apavora a petelândia. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal mandou incluir mais provas no inquérito do ex-presidente por suspeita de participar da tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Os novos elementos surgiram a partir da delação premiada do ex-senador petista Delcídio Amaral.
Além de ser alvo de inquérito no STF, Esteves será investigado também na primeira instância. Teori enviou para o juiz Sérgio Moro indícios de irregularidades relacionadas ao embandeiramento dos postos BR do grupo empresarial de Carlos Santiago e André Esteves. O banqueiro também se enrola em outro ponto da delação de Delcídio do Amaral. Na versão do senador cassado, Esteves e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mantêm negócios escusos envolvendo a apresentação de emendas parlamentares nos textos de medidas provisórias.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o famoso Kakayt que defende André Esteves e outros ilustres milionários enrolados na Lava Jato, reclama da decisão judicial: "O André Esteves nem pode ser investigado em relação a isso, porque a relação dele com o Instituto Lula são absolutamente formais, no mesmo parâmetro que se relaciona com outros institutos, inclusive o do Fernando Henrique. Ninguém pode ser investigado porque doou R$ 1 milhão, sendo que doou para outras instituições da mesma forma. Acredito que há um excesso na investigação, que expõe desnecessariamente uma pessoa correta e um grupo correto. Estamos vivendo certa irracionalidade no país".
Mesmo raciocínio dos advogados que defendem Lula, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins: “Lula não cometeu nenhum crime e as autoridades, mesmo após já terem promovido verdadeira devassa, além de medidas invasivas arbitrárias — em relação a ele, seus familiares, colaboradores e até mesmo advogados — não dispõem de qualquer elemento que possa colocar qualquer de suas condutas em situação real de suspeição”.
Os defensores de Lula não perdoam o ex-senador delator: “Delcídio trocou sua saída da prisão e o abrandamento de suas penas, além de uma redução substancial dos valores a serem devolvidos à União e à Petrobras, por acusações mentirosas contra Lula”.
O cerco se fecha em torno de Lula na Lava Jato. Cresce a convicção de que ele, cedo ou tarde, vai pagar a conta de todas as besteiras cometidas pela petelândia. Passa régua e fecha a conta - que Lula vai pagar pelo prejuízo que causou.
Por: Roberto Tomé