
SÃO PAULO — Os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz, presos na 38ª fase da
Operação Lava-Jato, foram denunciados pela força-tarefa por corrupção e
lavagem de dinheiro. Segundo os procuradores, os dois atuaram na
contratação do navio-sonda Petrobras 10.000, que rendeu uma propina de
US$ 15 milhões a políticos do PMDB e a funcionários da Petrobras.
De acordo com a denúncia, Jorge e Bruno Luz atuaram na intermediação
dos recebimentos para deputados federais do PMDB por meio da lavagem do
dinheiro sujo por uma conta na Suíça, que pertencia a uma offshore
chamada Pentagram, controlada por Jorge e Bruno Luz. Um dos
beneficiários dos valores é Eduardo Cunha, que já responde a essa
acusação em outro processo, segundo o Ministério Público Federal.
Além dos dois, também foram denunciados Milton e Fernando Schahin,
executivos do grupo Schahin, os doleiro Jorge e Raul Davie e três
ex-funcionários da Petrobras: Agosthilde Mônaco e os ex-gerentes da área
Internacional Demarco Epifânio e Luis Carlos Moreira.
O esquema também é investigada a contratação pela Schahin Engenharia
do navio-sonda Vitoria 10.000. Segundo a denúncia, os executivos do
grupo ofereceram uma propina de US$ 2,5 milhões aos funcionários da área
Internacional da Petrobras para viabilizar o contrato. Neste pagamento,
Jorge e Bruno Luz novamente participaram na lavagem de dinheiro,
utilizando contas ocultas no exterior.
O contrato do navio-sonda Vitória 10.000 já é investigado na
Petrobras. Os investigadores acreditam que a contratação foi uma forma
de quitação de um empréstimo de US$ 12 milhões concedido pelo Banco
Schahin a José Carlos Bumlai em 2004. O dinheiro se destinaria ao
pagamento de contas de campanha do PT.
A defesa de Jorge e Bruno Luz afirmou que ainda não teve acesso à denúncia e só comentará após ler as acusações.
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Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire