
“É inadmissível que um policial vá a uma operação com um equipamento que não garante a sua defesa e integridade. Apesar do governo ter adquirido novos coletes, eles ainda não foram entregues à categoria, colocando em risco a vida do policial”, disse o vice-presidente da ASPOL/PB, Valdeci Feliciano.

No dia de paralisação da categoria na Paraíba, dia 27 de dezembro, os policiais também entregaram coletes balísticos com data de validade vencida. A Aspol – Associação dos Policiais Civis – orienta que cada policial não vá trabalhar no combate à criminalidade com coletes vencidos, pois estarão pondo em maior risco ainda sua vidas, já que a vida policial já tem seu risco com equipamento adequado, imagina com coletes vencidos.
A categoria investigativa e de apoio (agentes, escrivães e motoristas) da Paraíba paralisaram as atividades na quarta-feira (27), nas Centrais de Polícias e Delegacias de todo o Estado. A ação, que contou com apoio dos peritos, técnicos em perícia e necrotomistas do Instituto de Polícia Científica do Estado, faz parte do calendário de paralisações definido em Assembleia Geral, realizada no dia 14 de dezembro. O estopim que levou à paralisação da Polícia Civil em todo o Estado foi a aprovação, na Assembleia Legislativa, do Projeto de Lei (PL) 1664/2017, que deixou ainda mais evidente os privilégios de um grupo de delegados que estão na gestão e são dirigentes de entidade classista e que têm criado segregação e prejuízos a outras categorias da Polícia Civil.
Durante todo o dia, policiais civis se reuniram em frente às Centrais de Polícia de João Pessoa, Campina Grande e Patos. Em João Pessoa, a concentração dos investigadores começou às 8h da manhã. Na ocasião, foi realizada uma panfletagem e os policiais realizaram um ato de protesto com a devolução de coletes balísticos vencidos há cerca de 5 anos, e que já deveriam ter sido trocados. O primeiro lote venceu em 2014 e o segundo, em 2016. Todo o material será devolvido à gerência de armas e munições da Secretaria de Segurança do Estado.
Em Campina Grande, houve a concentração dos policiais de várias Delegacias Distritais e Seccionais circunvizinhas na Central de Polícia.
As Delegacias Distritais e Seccionais do Sertão do Estado paralisaram as atividades e se reuniram em frente a Central de Polícia de Patos. A categoria também realizou entrega de panfletos e também realizaram a devolução de coletes vencidos. Em Guarabira, além de paralisar as atividades, os policiais civis ainda realizaram um ação solidária de doação de sangue, no Hemocentro da cidade, e arrecadação de alimentos.
Com a paralisação, os policiais civis não realizaram diligências, como mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, operações policiais, nem serviços de cartório. Foi mantido 30% do efetivo para atendimento apenas de situações emergenciais de flagrante delito.
A presidente da ASPOL/PB, Suana Melo, disse que há uma pauta extensa de reinvindicações, mas é importante destacar que a categoria também sofre com uma defasagem salarial. “São agentes, escrivães, motoristas policiais e agentes de telecomunicações, que estão recebendo o pior salário do país, e além disso recebem metade do que se paga em 16 Estados da Federação e ainda não recebem através de subsídio, que é uma previsão constitucional, e com as perdas com a aposentadoria chegam a cerca de 40% ou licença médica”, explicou Suana.
“Nós temos 87% do efetivo da Polícia Civil protestando contra situações irregulares que estão ocorrendo dentro da instituição policial. Nós estamos reivindicando direitos desses profissionais que tanto trabalham na elucidação de crimes e que são reconhecidos pelo desempenho, inclusive, com alto índice de resolução de homicídios. Temos atingindo metas durante cinco anos consecutivos e, por isso é preciso valorizar para que bons resultados continuem a ser apresentados para a população, pois ela merece atendimento de qualidade, assim como os profissionais precisam ser valorizados e respeitados”, completo
Da redação com marcelojose