
A
afirmação foi feita pelo ministro da Integração Nacional, Helder
Barbalho, nesta quarta-feira (5), durante audiência pública na Comissão
de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal.
Com
a inauguração do Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São
Francisco em 10 de março, a água já havia chegado à Paraíba, mais
precisamente ao município de Monteiro, e também ao estado de
Pernambuco. Hoje, a água está seguindo pela calha do rio Paraíba até o
açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão, para abastecer o
município de Campina Grande.
”Assumimos
o compromisso de entregar a obra em março, e nós entregamos. Assumimos o
compromisso que chegaríamos com água ainda no mês de abril até o
Boqueirão. O cronograma está dentro do prazo estabelecido”, explicou.
Cerca de 716 mil pessoas, em 18 cidades, deverão ser beneficiadas. O
objetivo de agilizar o processo foi justamente evitar a interrupção no
abastecimento das uma das regiões mais populosas do Nordeste.
Equívoco e transparência
Aos
parlamentares, o ministro reforçou que a prioridade neste momento é
fazer com que as obras físicas do Eixo Norte sejam entregues em dezembro
de 2017. “É um equívoco dizer que as obras do Eixo Norte estão
paralisadas. Não estão. As metas 2N e 3N já estão em fase de checklist, praticamente concluídas”, afirmou Helder Barbalho.
Na
ocasião, o ministro explicou que a Meta 1N do Eixo Norte, que estava
sob reponsabilidade da Mendes Júnior, empresa declarada inidônea pela
Controladoria-Geral da União (CGU) em abril de 2016, está em processo
final de licitação com previsão de resultado ainda para essa semana. Ele
destacou que a decisão pelo modelo de Regime Diferenciado de
Contratações (RDC) foi tomada em parceria e constantes consultas ao
Tribunal de Contas da União (TCU), com a maior transparência possível.
Responsabilidades
Helder
Barbalho garantiu que o Ministério da Integração não poupa esforços
para que o abastecimento de água seja ampliado. O Governo Federal apoia
financeiramente os estados beneficiados na execução de obras
estruturantes associadas ao Projeto São Francisco, a exemplo do Cinturão
das Águas (CE), da Vertente Litorânea (PB) e da Adutora do Agreste
(PE).
“O Ministério garante a entrega
da água do rio São Francisco aos estados. Há obras associadas que são e
precisam ser executadas por eles. É fundamental entender o que é
responsabilidade do Governo Federal e o que é atribuição dos governos
estaduais. Nós fazemos a entrega da água às companhias credenciadas, que
devem se encarregar de levar até as torneiras da população”.
Ações emergenciais
Durante
a audiência pública, Helder Barbalho também falou sobre ações
emergenciais para enfrentamento imediato aos problemas gerados pela
seca, com investimentos destinados pela Defesa Civil Nacional. Uma das
ações é o abastecimento de água pela Operação Carro-Pipa Federal. Em
parceria com o Exército Brasileiro, apenas no mês de março foram
investidos R$ 98,1 milhões para beneficiar 3,5 milhões de pessoas nos
estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, que convivem diretamente com a
falta de água contínua. Além disso, ele também destacou que R$ 255,7
milhões foram destinados para obras de implantação de sistemas adutores e
de abastecimento para garantir cada vez mais a segurança hídrica da
população que sofre com a seca prolongada.
O
ministro apresentou ainda os Fundos Regionais, administrados pelo
Ministério da Integração Nacional, para estimular a economia, a geração
de empregos e a melhoria na qualidade de vida da população.
Novo Chico
Ao
final da audiência, a presidente da Comissão de Desenvolvimento
Regional e Turismo (CDR), senadora Fátima Bezerra, anunciou a criação de
um grupo parlamentar para mobilizar, acompanhar e fiscalizar as obras
do Projeto São Francisco. De acordo com a senadora, o objetivo é
integrar também instâncias estaduais e da sociedade civil para percorrer
o Nordeste e promover audiências públicas.
Fátima
Bezerra informou que o Plano Novo Chico, voltado às ações de
revitalização da Bacia do São Francisco, será tema de audiência pública
futura da CDR e contará novamente com a participação do ministro Helder
Barbalho.
Fonte paraibaonline.